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Estudo de caso de UX/UI: O processo de design de um aplicativo de gerenciamento de dados de animais de estimação.

Estudo de caso desenvolvido como projeto final do curso de UX/UI da EBAC.



Contexto

O estudo de caso apresentado é o resultado do projeto final do curso de UX/UI Design da EBAC. Entre várias ideias, esta se destacou como a mais identificável e promissora para ser explorada desde a concepção inicial até a entrega final.


O desenvolvimento deste projeto ao longo do curso foi um desafio enriquecedor, marcando meu primeiro contato real com os métodos e práticas da área de experiência do usuário, apesar de minha exposição anterior ter sido limitada durante a faculdade.


Desk Research

Ao investigar as experiências de tutores ao buscar atendimento para seus animais de estimação em hospitais públicos, me deparei com uma série de desafios significativos. Muitos tutores expressaram frustrações relacionadas à falta de informações, desorganização e, em diversos casos, a escassez de vagas disponíveis. Essas barreiras frequentemente resultaram em atrasos consideráveis ou até mesmo na impossibilidade de receber atendimento para seus pets.


Em contrapartida, ao analisar a situação em hospitais particulares, pude identificar um cenário ligeiramente diferente. As principais preocupações dos tutores nesse contexto estavam mais relacionadas à obtenção de informações claras, especialmente em relação a procedimentos específicos e preparativos para exames. Essa questão, embora menos complexa do que as enfrentadas nos hospitais públicos, ainda representou um desafio significativo para muitos tutores.


Outro aspecto que se destacou em minha pesquisa foi a análise das dificuldades enfrentadas por tutores de animais de estimação com deficiência (PcD). Tendo em mente que as pessoas com deficiência representam 15% da população mundial, foi evidente que elas enfrentam inúmeros desafios em sua rotina diária, incluindo o acesso adequado aos serviços de saúde para seus pets. Essa constatação ressalta a importância de abordar as necessidades específicas desse grupo ao desenvolver políticas e serviços veterinários.


Apesar de não ter encontrado uma quantidade expressiva de dados quantitativos sobre o tema abordado, as informações obtidas até agora proporcionaram uma base sólida para direcionar meu projeto. Elas oferecem insights valiosos sobre os pontos críticos que precisam ser considerados ao melhorar o acesso e a qualidade do atendimento veterinário para diferentes grupos de tutores e seus animais de estimação.


Matriz CSD

Após minha pesquisa, desenvolvi uma matriz CSD listando minhas certezas, suposições e dúvidas acerca do tema.



Métodos de pesquisa

Teste de conceito

O teste de conceito teve como objetivo avaliar o potencial da aplicação antes do seu desenvolvimento. Em um gesto inicial de agradecimento, reconheci a valiosa contribuição de cada participante. Em seguida, apresentei o projeto, explorando diversas possibilidades, e encorajei sugestões e opiniões sobre o conceito, garantindo que cada ideia seria cuidadosamente considerada.


Cada conversa foi registrada, respeitando o consenso de cada participante. Os tópicos abordados durante as entrevistas incluíram a organização de documentos e comprovantes vacinais de animais de estimação, as informações consideradas mais cruciais para inclusão no aplicativo, a probabilidade de utilização após o lançamento, a potencial adesão por parte de clínicas veterinárias, a ideia de um feed informativo sobre campanhas públicas e oportunidades para contribuições adicionais.


No teste, conduzi entrevistas de dez a quinze minutos com cinco participantes, obtendo um feedback valioso para o projeto. Seguir o script facilitou a organização das informações. Ao questionar sobre a forma de armazenar documentos relacionados a animais, observei que a maioria ainda utiliza papel, mantendo-os em gavetas ou cadernetas. As respostas mais relevantes surgiram ao perguntar sobre as informações necessárias no cadastro. Além de dados comuns, como condições e deficiências, destacaram-se sugestões como a inclusão do tipo sanguíneo e período de cio. Uma ideia interessante foi a criação de um calendário para organizar esses dados temporalmente. Outras sugestões envolveram um alarme para vacinas e medicamentos, uma lista de estabelecimentos veterinários próximos e um feed de campanhas públicas.


Os participantes expressaram otimismo sobre a divulgação de campanhas públicas, sugerindo parcerias com autoridades locais. Houve ênfase na importância de matérias educativas sobre doenças e sintomas. Questões complexas surgiram sobre a adesão ao aplicativo após o lançamento, destacando a necessidade de parcerias e divulgação eficaz. Ideias adicionais incluíram uma versão do aplicativo para desktop, uma lista de recomendações com bom custo-benefício e considerações sobre bancos de dados e escala. Estas são valiosas contribuições para o desenvolvimento do projeto.


Ao final, expressamos nossa gratidão pela participação de cada indivíduo, com a oferta de contato futuro para esclarecimento de dúvidas. Este processo visou capturar insights valiosos que contribuirão significativamente para o aprimoramento do projeto em sua próxima fase de desenvolvimento.


Formulário online

Desenvolvi um questionário online com 14 perguntas, sendo 12 de múltipla escolha e 2 dissertativas. O formulário ficou disponível por uma semana e alcançou a participação de 40 pessoas. As primeiras questões tinham o propósito de obter uma visão demográfica dos respondentes. Fiquei satisfeito ao constatar que as respostas abrangeram uma diversidade representativa de regiões do país, etnias, gêneros e classes sociais.

A seguir, apresento as questões, respostas e os dados mais significativos obtidos.


Quantos animais de estimação você possui?

  • 1 (47%)

  • 2 (25%)

  • 3 (7.5%)

  • 4 ou mais (27%)


O seu, ou seus animais pertencem a qual grupo?

  • 40% cães

  • 32,5% gatos

  • 27,5% tanto cães quanto gatos

  • Ninguém relatou que havia animais de outra espécie em suas casas, como répteis e aves


Com qual frequência, você leva seu animal ao veterinário?

  • 1 vez por ano (52.5%)

  • 1 vez por semestre (27.5%)

  • 1 vez por trimestre (12.5%)

  • 1 vez por mês (0%)

  • Nunca foi necessário (7.5%)


Frequenta o veterinário com qual frequência?

  • 1 vez por ano (52.5%)

  • 1 vez por semestre (27.5%)

  • 1 vez por trimestre (12.5%)

  • 1 vez por mês (0%)

  • Nunca foi necessário (7.5%)


Já frequentou quantas clínicas veterinárias?

  • 1 (12.5%)

  • 2 (35%)

  • 3 ou mais (45%)

  • Nunca frequentou (7.5%)


Você possui comprovantes de vacina do seu pet?

  • Sim (75%)

  • Não (25%)


Já teve dificuldades em encontrar algum medicamento pro seu pet?

  • Sim, sempre tenho (7,5%)

  • Sim, algumas vezes (27,5%)

  • Não, nunca tive (65%)

  • Nunca precisei comprar medicamentos (0%)


Quais dificuldades você já teve ao ir em alguma clínica veterinária?

  • Demora no cadastro (12,5%)

  • Esqueceu algum documento do animal (17,5%)

  • Esqueceu alguma data ou informação importante (20%)

  • Não soube especificar procedimentos que o animal já passou (10%)

  • Não soube informar medicamentos que o animal já tomou (22,5%)

  • Nenhuma dessas (55%)


Sobre quais tipos de campanhas públicas você gostaria de estar informado?

  • Campanhas de adoção (20%)

  • Campanhas de castração (42,5%)

  • Campanhas de vacinação (65%)

  • Nenhuma (2,5%)

  • Todas (35%)


Na primeira questão discursiva, solicitei que os entrevistados compartilhassem suas experiências e desafios ao agendar consultas ou ao frequentar clínicas veterinárias. As respostas variaram consideravelmente, com metade dos participantes afirmando não ter enfrentado grandes obstáculos nesse processo. Entretanto, aqueles que já experimentaram dificuldades destacaram aspectos que merecem atenção.


Entre as situações mencionadas, destaco a falta de informações sobre a agenda do veterinário, a demora no atendimento (tanto presencial quanto online) e a dificuldade em encontrar uma clínica de qualidade. Problemas ao tentar entrar em contato com a clínica foram relatados com frequência, incluindo atendimento lento e a necessidade de ir pessoalmente ao local para agendar consultas.


Além disso, surgiram preocupações em relação à falta de informações sobre o laudo do paciente e a necessidade de uma melhor explicação por parte dos profissionais sobre o uso e a função dos medicamentos, muitas vezes exacerbada pela desorganização das receitas. Esses relatos destacam áreas cruciais que podem ser aprimoradas para proporcionar uma experiência mais eficiente e esclarecedora aos tutores de animais de estimação.


A última pergunta foi sobre o conceito da aplicação apresentado, as respostas foram todas positivas, incentivando o desenvolvimento da ideia.


Persona

A criação do mapa de empatia me auxiliou a compreender melhor as necessidades, motivações, objetivos e frustrações do usuário.



Mapa de empatia

A criação do mapa de empatia me auxiliou a compreender melhor as necessidades, motivações, objetivos e frustrações do usuário.



Benchmarking

A seguir fiz o benchmarking, que é uma análise de outros produtos e serviços concorrentes para identificar tendências de mercado e áreas de melhoria. foi interessante pois pude ter uma visão mais clara do projeto e me ajudou a aprender com sucessos e falhas dos outros para aplicar da melhor forma possível.



Jornanda de usuário

Uma jornada do usuário é o caminho que um usuário percorre ao interagir com um serviço, desde a descoberta até a conclusão de um objetivo. Pain points são pontos de dor ou frustração encontrados pelos usuários ao longo dessa jornada. Aqui, apresento uma jornada que desenvolvi com base em relatos.


Rabiscos

Aqui iniciei a pensar o protótipo de uma forma mais visual, procurei por referências e padrões visuais já bem estabelecidos no meio dos aplicativos móveis e isso me auxiliou a criar cada tela pensando todas como uma unidade.



Identidade Visual

Desenvolver a identidade visual foi uma das partes mais gratificantes do projeto. Experimentei diversas cores e fontes até encontrar a combinação ideal. Durante o processo, busquei feedback de pessoas envolvidas em outras etapas do projeto e examinei aplicativos semelhantes para identificar o que funcionava melhor.



Wireframes de média fidelidade

A partir dos rabiscos, dei início ao desenvolvimento do protótipo no Figma, focando no funcionamento do aplicativo. Primeiramente, criei um protótipo de média fidelidade, sem elementos visuais definidos, para ter mais liberdade no desenvolvimento.





Wireframes de alta fidelidade

Após me sentir mais confortável com o projeto e realizar testes de usabilidade, foi o momento de aplicar a identidade visual ao protótipo.





Teste de usabilidade

Conduzi os testes de usabilidade utilizando uma versão do protótipo de alta fidelidade, com participantes que já estavam envolvidos em outras etapas do projeto. Realizei os testes pessoalmente para obter insights detalhados sobre a experiência de cada participante. Os testes foram rápidos e, ao final, abri espaço para sugestões e esclarecimento de dúvidas.


As ações planejadas foram: acessar dados, visualizar uma postagem no feed e visitar o perfil de usuário. Abaixo, segue uma documentação simplificada do teste realizado.





Conclusão

Trabalhar neste projeto foi extremamente gratificante, pois me permitiu lidar com cada etapa do processo na prática. Ao unir todos os elementos, pude vivenciar como o design de experiência do usuário pode direcionar o desenvolvimento de um projeto, ressaltando sua importância para otimizar processos e alcançar resultados eficazes.


Expresso aqui meu sincero agradecimento a todos que contribuíram com as pesquisas, os testes e as entrevistas. Além disso, sou imensamente grato ao apoio fornecido pela EBAC, que me ajudou a identificar e corrigir meus erros em cada etapa do projeto.



Muito obrigado!



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